Como lidar com as escolhas e egos do casamento? Por Samara Klug - By Vou Casar !

Imagem via Lucanos

A palavra CASAMENTO pode ser entendida de duas maneiras: a união de duas pessoas por uma vida (supostamente) ou o evento em sí, o ritual que oficializa esta união. Como esse site trata do evento, vou falar hoje sobre esse tema tão comum: como pode um só evento atender sonhos, desejos e demandas de tanta gente que quer se envolver?

Se teoricamente o evento diz respeito a apenas duas pessoas, a noiva e o noivo, na prática tem também os pais e demais familiares de ambos, amigos, profissionais, entre outras pessoas. Todos parecem sempre prontos a pedir, palpitar, querer.

Penso que todos têm o direito de opinar, independente de estarem ajudando financeiramente o casal, e a opinião e participação estão diretamente ligadas ao tanto que se importam com este casal. Ao invés de levar a mal, entenda que quem opina quer se aproximar. O que não significa que as opiniões devam ser seguidas. Lembre-se sempre que o dia é, sim, do casal. Somente os dois devem bater o martelo do que e como querem. Mantenham a calma. Se alguém der opinião, agradeçam e digam que vão pensar. Não precisam agradar ninguém. Se adiante forem cobrados, expliquem que pensaram na sugestão da pessoa, mas acabaram optando por algo diferente. Não precisam sequer explicar o que ou por que.

Quando sofrerem pressão por parte de quem ajuda financeiramente, resistam. A princípio, pensamos “mas ele está pagando, então pode escolher”. Na verdade, a pessoa está presenteando os noivos, e deve ficar feliz em vê-los realizando algo que tenha a cara deles. A idéia não é que a pessoa pague pelo seu direito de escolha, e sim que homenageie os noivos.

Às vezes encontrarão pessoas que sem cerimônia dizem que aguardam o convite (e não seriam convidadas), ou que pedem ou mostram-se certas de que serão escolhidas para padrinhos/ madrinhas (e não foram escolhidas por vocês). Simpaticamente respondam que ainda não decidiram quem vão convidar, que estão cortando gente, ou que optaram por poucos padrinhos mas ainda não sabem quem será chamado, etc. Se conseguirem, de pronto, também podem responder algo como “puxa, Fulano, você sabe que gostamos muito de você e adoraríamos que estivesse presente, mas infelizmente tivemos que reduzir muito os convidados e tiramos gente muito querida, mas depois queremos te mostrar as fotos e o filme.” Ou então “Vocês seriam ótimos padrinhos, mas infelizmente não pudemos convidar todos aqueles que gostaríamos”. Enfim, são maneiras de dispensar as pessoas sem precisar desprezá-las.

Uma vez escutei de uma noiva, que me contava sobre seu casamento, que sua cunhada estava escolhendo as flores. Perguntei quais seriam. Ela não soube me dizer. Disse “ah, eu queria lilás, mas ela vai a muitos casamentos, e disse que chique mesmo é flor branca, então vou fazer branco, e as flores ela que vai escolher.” Eu acho que não existe isso de cor ou flor chique. Chique é o casamento combinar com os noivos, ter a cara deles. Chique é que não se sintam convidados em seu próprio dia. Uma outra noiva me disse que tinha que convidar uma prima que detestava para madrinha, pois esta prima convidou sua mãe para madrinha quando casara, há alguns anos. Bem, a mãe pode até pedir à filha, mas a filha deve se fazer respeitar e explicar que nem ela mesma foi convidada de madrinha quando a prima casou, e que ela quer padrinhos que sejam importantes pra ela, e não para os outros.

O evento casamento é comunitário e por isso certamente atrairá diversas opiniões, mas se formos ouvir cada uma delas, transformaremos tudo em um carnaval... Cada um deve olhar pra seu gosto e bolso, lembrando-se sempre que, passado o evento, o casamento continua... e quem deve estar feliz e em harmonia são os recém-casados, que tomara tenham feito algo dentro de seu estilo e possibilidade. Agora sim devem estar prontos pra lidar com as vontades... um do outro... a arte de ceder, a arte de bater o pé para o que realmente importa. A vida a dois está apenas começando!

Por SAMARA KLUG