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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Escuela de Felicidad, Rafael Santandreu

Imagem via Best married

Dicas do livro Escola da felicidade, ainda não publicado no Brasil, mas você podem comprá-lo aqui.
1- "As palavras e o afeto têm um efeito mágico no cérebro"
A capacidade de superar os problemas e sair fortalecido de situações traumáticas tem, na psicologia, o nome de resiliência. A palavra é a mesma que define o potencial de um material para retomar sua forma original depois de submetido a um choque ou deformação. Mas por que algumas pessoas têm esse poder de recuperação — e, consequentemente, conseguem ser mais felizes — e outras não? Esse é o tema central dos estudos do neuropsiquiatra e psicanalista francês Boris Cyrulnik. Ele próprio um exemplo de resiliência — perdeu a família num campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra —, Boris diz que essa capacidade depende da nossa maestria na hora de estabelecer relações afetivas seguras. “A resiliência é a habilidade de saber construir em volta de si um entorno afetivamente seguro desde o nascimento”, diz. Ou seja: as pessoas mais fortes são aquelas capazes de estabelecer vínculos afetivos sólidos, sabem amar e ser amadas. “Eu mesmo vi meu pai pela última vez quando tinha dez anos, mas, nunca deixei de senti-lo ao meu lado durante toda a minha vida. A força e a calma dele diante de situações de vida ou morte me inspiram.” O mesmo diz sobre a mãe — em vez de lembrar-se dela com tristeza pelos anos de ausência, ele se apega ao seu exemplo de coragem e amor pela vida. Isso dito, ele sugere seis atitudes para construir um espírito resiliente:
1) Valorizar as relações;
2) diversificar as fontes de afeto;
3) aprender a buscar ajuda;
4) não se fechar por traumas de relacionamentos anteriores, manter-se sempre aberto
5) explorar o mundo, desfrutar da vida;
6) dar uma narrativa positiva à vida, enxergar o lado bom das coisas, não apenas o que deu errado.
2 - “Não desperdice a vida correndo”
Na sala de embarque de um aeroporto, enquanto esperava o embarque para uma viagem profissional, o jornalista inglês Carl Honoré teve um insight: “Basta!”, gritou. Sentou-se sobre a mala e desligou o celular. “Tenho sucesso profissional e dinheiro, mas não estou desfrutando da minha vida, tenho pouco tempo com minha família e para fazer as coisas de que realmente gosto. Assim é difícil ser feliz.” Resolveu, então, naquele dia criar o que seria sua filosofia de vida: o movimento slow. A idéia era buscar qualidade, não quantidade. Lançou um livro, hoje publicado em 30 idiomas, cuja lição principal é “pare de correr e veja como seu mundo recupera o sentido”. As cinco lições básicas do slow para se viver de forma mais harmoniosa e, consequentemente, ser mais feliz são:
1) Pare para pensar, dedique um tempo para analisar o que está acontecendo em sua vida;
2) Escolha e mantenha em foco entre seus objetivos aqueles que te deixam mais feliz.
3) Prolongue os prazos, desfrute ao máximo de cada fase que está passando, sem acelerar os processos;
4) Deixe que suas emoções sigam seu curso natural;
5) Fuja do perfeccionismo!
3 - “O melhor ansiolítico está em seu corpo” Médico naturista e pesquisador da Universidade de Harvard, Andrew Weil dedicou-se a estudar o que favorece a saúde e o que a destrói. Viajou por todo o mundo em busca de substâncias medicinais e modelos de vida mais saudáveis e chegou à conclusão que: do ponto de vista da saúde emocional, o que nos traz paz interior é, entre outros, a ingestão de oxigênio. Segundo ele, o ar poluído que se respira nas grandes cidades é prejudicial ao cérebro. Mas não é só isso. O ritmo de nossa respiração também influencia no estado de espírito: pessoas muito ansiosas, diz ele, respiram errado, inspiram pouco e expiram rápido demais. O mais saudável é justamente o contrário, inspirar profundamente e soltar o ar bem devagar, dando tempo de oxigenar o cérebro todo. Se puder fazer isso em meio à natureza e mantendo uma alimentação balanceada, sem açúcares e café, e uma rotina de atividade física fica bem mais fácil manter o estresse sob controle e aproveitar os momentos de felicidade.
4 - “Amadurecer é perder os medos”
Um dos principais expoentes da terapia Gestalt, o psiquiatra chileno Claudio Naranjo acredita que a maior parte dos conflitos emocionais vem de questões mal resolvidas que temos com nós mesmos. Para ele, a felicidade e a satisfação pessoal estão relacionadas com a inteligência emocional, conceito que a gestalt identifica como o equilíbrio entre as duas partes da personalidade que habitam cada um: a mais forte, que nos estimula a superar nossos limites; e a mais fraca, que nos faz questionar se somos mesmo capazes disso. “Amadurecer é aceitar o bom e o ruim da existência com a confiança de que, no fundo, está tudo bem. Tentar evitar o sofrimento só faz perder a consciência da vida. Quando aceitamos o que mais tememos, que é a morte, nos tornamos preparados para viver de forma mais plena e mais feliz”, diz.
5 - “Siga o caminho do meio e será feliz, como diziam os filósofos”
Professor de fliosofia do City College de Nova York, Lou Marinoff ficou famoso por recomendar a filosofia – mais especificamente a leitura de Platão, Aristóteles e cia – para combater a depressão. Para ele, as chaves da felicidade não estão em nenhuma química cerebral, mas nas obras clássicas. “Uma vez atendi uma mulher com medo de compromisso, estava recém-casada e em pânico de perder sua liberdade. Esse medo afetava não só o relacionamento dela como outras áreas de sua vida. Então falei para ela de Pitágoras, que 500 anos antes de Cristo havia escrito 'O homem que não é dono de si mesmo nunca será livre'. E a partir do estudo dessa frase a mulher entendeu que compromisso não significa perda da liberdade, mas justamente o exercício dela. A partir da filosofia ela conseguiu reestruturar .”
6 - “Não fuja do encontro com seus medos”
Nós seres humanos temos uma capacidade incrível de complicar nossas vidas. Mas, na maioria das vezes, os nós que nos impedem de ser felizes são mais fáceis de desatar do que imaginamos. Ou seja, a solução de um problema complexo e preocupante não necessariamente tem de ser um processo longo e dolorido. Esse é o princípio da psicologia estratégica, escola terapêutica criada nos anos 50 e das quais o psicólogo italiano Giorgio Nardone é um dos principais representantes. “A ideia fundamental da terapia estratégica é baseada na lógica pura e simples. Pela lógica, os problemas só existem porque os alimentamos”, diz ele. “A infelicidade é um círculo vicioso de paranóia. Quanto mais tentamos fugir de nossos medos, maiores eles ficam. É tudo uma questão de ponto de vista. Mude a perspectiva das coisas que a vida lhe aparecerá de outra forma.”
Fonte - Revista Marie Claire

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