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terça-feira, 12 de julho de 2011

Verdadeiros “organizadores” da traição, Second Love, Ohhtel e Ashley Madson oferecem amantes ao alcance do mouse

Meninas,
Vocês viram?
Ai..ai..ai..
Imagem Neda Rajabi

As mídias sociais testam nossa definição de infidelidade”. A frase dita pela pesquisadora americana Pamela Haag retrata os novos limites a serem discutidos pelos casais sobre as tentações que o meio on-line oferece. Pode estabelecer contato com o ex-namorado no Twitter? E acessar as fotos da vizinha bonitona no Facebook, pode? Porém, todas essas questões parecem banais diante de um movimento que começa a ganhar a internet brasileira. Sites internacionais de sucesso estão desembarcando no Brasil para ajudar mulheres e homens casados a encontrarem parceiros para casos extraconjugais. E o negócio é sério mesmo.
Os interessados em trair se cadastram e criam uma página onde detalham suas características físicas e preferências gerais. A opção de colocar fotos próprias (discretas ou mais saidinhas) é do usuário. Com o perfil montado, a “caça” começa. E como nos bares e boates focados em provocar a paquera, homens pagam para entrar, mulheres não.
Nós somos uma opção ao divórcio. Queremos que as pessoas mantenham seus casamentos”. Com esse argumento aparentemente contraditório, Lais Ranna, vice-presidente de operações do site Ohhtel para o Brasil, define a proposta da sua empresa. A executiva diz que o serviço, que começa a funcionar nesta segunda-feira (11), é uma alternativa para os casais que não querem se separar, apesar da vida sexual possivelmente fria e insatisfatória. “É uma maneira segura e confidencial de ter um caso, sem enfrentar os riscos de procurar isso num bar, no Facebook ou no trabalho”, completa.
De acordo com Laís, apenas nos Estados Unidos há 1,3 milhões de usuários cadastrados no Ohhtel, sendo 68% de homens e 32% de mulheres. Ela está otimista quanto à possibilidade de sucesso do serviço no Brasil. “Nós queremos atingir 300 mil usuários nos primeiros meses”, prevê a executiva, que não teme ser acusada de incentivar a infidelidade. “Nós não inventamos a traição. Ela existe desde que o mundo é mundo. Nós podemos ser acusados disso tanto quanto o Facebook ou os bares”, argumenta.
Na mesma linha do Ohhtel, o holandês Second Love já tem sua versão verde-amarela desde o último mês de maio. “Temos por volta de 31 mil usuários cadastrados e estamos muito otimistas com a adesão do público brasileiro”, revela a porta-voz do site, Anabela Santos. Ainda não há um dado fechado sobre a faixa etária dos assinantes locais, mas nos outros países ela fica entre 35 e 49 anos
Anabela também recusa a ideia da empresa ser uma patrocinadora de casos extraconjugais. “O flerte acontece em todo o lugar, só o trouxemos para o mundo online. A opção de ir além de um simples bate-papo virtual é de cada usuário”, pontua.
E a tendência só cresce. Famoso internacionalmente, o americano Ashley Madson gaba-se por contabilizar 7,8 milhões de usuários. Pois ele também está vindo para o Brasil e deve lançar seus serviços ainda este ano, em agosto.
Vale lembrar que a travessura tem um custo – pelo menos, para os homens. O Second Love cobra uma mensalidade de R$69,90, já o Ohhtel, um pouco mais barato, fixa o valor mensal em R$60. O Ashley Madson ainda estuda o valor que será cobrado no Brasil. A idade mínima para participar de todos eles é 25 anos.
As relações estão mudando?
Para a psicanalista e pesquisadora Regina Navarro Lins, que no Delas assina a coluna Questões do Amor, tais sites apenas refletem uma mudança comportamental que vem acontecendo desde a década de 70 e que está provocando o declínio do chamado amor romântico. “Esse tipo de amor prega a fusão entre os amantes, que os dois vão se transformar num só, que um só terá olhos para o outro, que quem ama não transa com mais ninguém, que não sente desejo por mais ninguém. Uma porção de mentiras”, analisa Regina.
“Atualmente há uma grande busca pela individualidade entre as pessoas. Com isso, o amor romântico está saindo de cena e está levando com ele uma das suas características básicas, que é a exigência da exclusividade sexual”, prossegue a psicanalista. “As pessoas não deveriam se preocupar tanto com a fidelidade. Elas só deviam responder a duas perguntas. Me sinto amado? Me sinto desejado? Se a resposta for ‘sim’, o que outro faz quando não está comigo não é da minha conta”, finaliza Regina.
O psicólogo Oswaldo M. Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex), não acredita que estes sites incentivem a traição. “A pessoas que usam esse serviço já tinham o desejo de trair. Elas fariam isso de qualquer forma”. Ele ainda lembra que se o caso extraconjugal for de conhecimento do marido ou da esposa, não pode ser considerado como traição de fato. “Tudo depende do tipo de acordo que tem o casal”, pondera o especialista. Texto, na íntegra, de Ricardo Donisete,  iG São Paulo.

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