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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ainda somos os mesmos e vivemos (e amamos) como nossos pais? Parte III- A história da Rose, do Noiva BH -By Vou Casar !



Meninas, continuando a falar sobre como foi o pedido de casamentos de nossos pais, hoje quem conta é a Rose Quadros, do blog Noiva BH :
 Foi para mim divertidíssimo ouvir a história dos meus pais.

Minha mãe se chama Elizabet, Bete, e meu pai se chama Waltuir. Eles têm 36 anos de casados, se casaram no dia 05/04/1975.
Meus pais são primos de primeiro grau (isso mesmo, o pai da minha mãe era irmão do pai do meu pai – meus avós, hoje falecidos.! Cresceram em fazendas vizinhas mas nunca tiveram muito contato, se viam esporadicamente. Ambos se mudaram para Divinópolis na juventude e acabavam se encontrando com frequência nas baladas da época mas nunca mantiveram contato, pois eram de turmas diferentes.
Mamãe achava meu pai mulherengo (e ele realmente era, ainda comentam isso na cidade rs), e reza a lenda que minha mãe era uma das moças mais belas da época (isso é comentado na cidade até hoje também!). Menina, a cinturinha dela media 60 cm!!!! Para você ter idéia, o vestido de noiva dela precisou ser transformado em vestido de dama de honra, pois era delicado demais e não servia em outras noivas!
Bete era a única mulher de sua família (6 irmãs e 2 irmãos) que nunca alimentou o sonho de casar. Teve muitos namoricos (na época isso se resumia a sair de mãos dadas, tomar um sorvete, receber serenatas e presentes), mas sempre terminava com todos.
Minhas tias contam que minha avó cansou de consolar ex namorados da mamãe, que viviam batendo na porta de casa chorando. Vovó Neusa puxava a orelha dela, mas não adiantava, mamãe não dava chance para seus pretendentes.
Entre uma saída e outra meus pais já trocavam olhares. Ela ficou sabendo que meu pai a achava linda, mas não deu bola. Detalhe: os dois trabalhavam no mesmo lugar: o armazém do meu avô Quincas, pai do meu pai, portanto, tio da mamãe !
Num domingo a tarde Bete estava no portão de casa esperando o namorado, na época era um moço de Belo Horizonte. Meu pai passou na porta de carro e deu uma paradinha. Disse: o que você está fazendo? Ela explicou que aguardava o tal moço. Ele disse que também tinha um encontro marcado com uma menina mas que ainda faltava um tempinho e a convidou para dar uma voltinha com ele. Bete aceitou mas com a condição de ser acompanhada por sua melhor amiga (na época, uma moça sair sozinha no carro com um rapaz era o suficiente para que ficasse mal falada).
Foram para um barzinho chamado Costela Assada. Conversaram, se divertiram e mamãe pediu para ir embora pois o namorado a aguardava. Chegando em casa a vovó Neusa dá o recado do namorado: ele ligou dizendo que não pôde viajar naquele dia. Bete então foi lá fora contar "a novidade" para Waltuir e eles decidiram passear juntos mais um pouquinho. Resultado: passaram o resto da tarde juntos e ao levá-la em casa aconteceu o primeiro beijo! A fulaninha com que ele havia marcado deve estar lá esperando até hoje!
Completando três meses de namoro, foram a uma boate chamada Bengala (gente, eu morri de rir desse nome! Imagina: qual é a boa de hoje? Vou lá na Bengala balançar o esqueleto! huahuahua).
Lá eles conversaram muito. Meu pai: eu queria passar o resto da minha vida com você, viver com você. O que você acha disso? (olha que pedido mais inocente, gente! Mamãe conta que eles conversavam super tímidos, morrendo de vergonha um do outro). Ela: ah... eu acho bom... eu quero sim, vamos sim... Eles trocaram juras de amor e namoraram muito, super felizes com a decisão. Detalhe: nem ele nem ela tinham um tostão furado no bolso!
No dia seguinte Waltuir conversou com seus pais, Bete com os dela. Então papai foi até a casa da mamãe conversar com o pai dela (meu avó Tião). Mamãe conta que papai pediu que ela não ficasse na sala com eles pois ele ficaria mais nervoso. Ele bebeu "umas pingas" para tomar coragem foi com tudo.
Bete estava na cozinha com a vovó, suas pernas tremiam e ela não conseguia conversar com sua mãe, pois estava morrendo de vergonha de se casar e imaginar que seus pais então saberiam que eles estariam "dormindo juntos", tadinha! Meu avô respondeu: se é isso que cêis qué... mas já vô avisano: casá num é casaca não, que ocê tira e troca de roupa quando enjôa! Tem que cumê um saco de sal junto!"
Muitas pessoas foram contra pelo fato de eles serem primos. Mas o casal seguiu radiante e em 9 meses o casamento foi preparado. Na época não era comum a classe média fazer festa, ainda mais no interior. Entretanto vovó fez questão e mamãe teve festa com direito a cerveja, refrigerante, salgados e doces!
Na volta da lua-de-mel eles encontraram sua casinha (um barracão alugado nos fundos de uma casa) toda limpa e arrumada, com roupas de cama, geladeira, armários e vasílhas todos cheios de alimentos! E essa é a história do início de um casamento de 36 anos que passou por muitos percalços, mas apesar de tudo criou 3 filhas e permanece unido até hoje!
                                       

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